A
inveja foi definida por Thomás de Aquino como “Tristitia de alienis bonis”, “a
tristeza em relação às coisas boas dos outros”, Napoleão Bonaparte costumava
afirmar que “a inveja é um atestado de inferioridade”, e ainda Renato Mezan,
que a “inveja tem parentesco com o desejo, a agressividade, a astúcia e a
sagacidade, o roubo e a rapina; há algo nela que tem a ver com os olhos”. Faz
sentido se voltarmos à origem da palavra, que vem do latim invidia, aquele que
não vê, neste aspecto podemos dizer que a pessoa invejosa não vê a si, só vê os
outros.
Mas
ainda, devemos estar atentos à diferença entre a cobiça e a inveja. Cobiçar é
desejar o que os outros têm, e esta pode ser positiva no sentido de buscar por
meios próprios aquilo que o outro tem, comprar um carro ou construir uma casa
igual ao do meu vizinho, por exemplo. Agora, a inveja nunca é positiva, é
sempre tristeza pela alegria alheia.
É
possível inclusive refletir sobre os motivos que levam um adulto a criar perfis
falsos em redes sociais para ter a oportunidade de ver e testemunhar a vida de
alguém cuja prosperidade e felicidade não são suas também. Este sentimento pode
dizer sobre sua incapacidade de viver o que deseja ou sobre suas capacidades
que por algum motivo prefere não ver. O sentimento de inveja, tal como o ciúme,
é algo que todos temos, em maior ou menor grau. Pessoas emocionalmente menos
machucadas e com maturidade o suficiente para aceitar tal constatação podem até
vir a fazer bom uso deste sentimento procurando uma análise e se permitindo a
descobertas enriquecedoras sobre si mesmo.
Se
não o fizer, o ser invejoso pode não avançar muito em sua vida, tanto no campo
do amor quanto na profissão. A inveja impede o acesso ao desejo, uma vez que
este é o movimento para o caminho das conquistas e realizações.
Procure um analista... “Sapere aude”.
Flávia Tereza
Psicóloga Clínica
CRP - 01/18002
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